Imagens de "Cascão sumiu na água"
Não tenho dúvidas de que o melhor material da turma da Monica produzido por Mauricio de Sousa pertence ao passado. E que bom que esse passado encontra-se bem diante de nossos olhos e ao alcance de nossas mãos através da Coleção Histórica Turma da Mônica. Os primeiros volumes que comprei foram os de número 17 e 18, e é sobre eles que pretendo falar agora. Confira em mais informações.
A "Coleção Histórica" vem sendo bimestral e não possui uma data certa para acabar. Cada volume contém uma revista da Mônica, outra do Cebolinha, do Cascão, Chico Bento e Magali - todas na ordem cronológica de suas publicações. Uma caixa de papelão também é fornecida para acomodar as edições. Particularmente falando, não vejo muito utilidade nela, mas muitos gostam desse "mimo".
Começando pelo número 17...
Cascão 17
trouxe-me uma grata surpresa: sua história de abertura sempre ficou
gravada na minha mente porque, na época, foi uma de minhas preferidas.
Imagine só, ter um dilúvio e as crianças quase morrerem afogadas!
"CASCÃO SUMIU NA ÁGUA" mostra muito bem essa situação delicada a qual
quase pôs um fim ao personagem, não fosse sua astúcia.
Curiosamente, outras HQs que me marcaram fizeram parte desta mesma edição:
"O
PRESENTE DO BUGU", "CUIDADO COM O CASCÃO!", "PENADINHO COM CATAPORA",
entre outras. Legal ver o estilo do traço, da fase chamada "superfofa",
predominando.
Momento tenso para Chico Bento e sua família:
sua casa está sendo consumida pelas chamas.
Fiquei
bastante emocionado com a trama de abertura. "UMA CASA PARA O CHICO"
mostra cenas fortes da casa do caipira pegando fogo. Nunca tinha visto
algo daquele jeito. Meu coração ficou tão apertado! Como os quadrinhos
daquela época tinham o poder de tocar em nossos sentimentos!
Em
seguida, para quebrar esse "climão", veio uma comédia com Titi: "OS
CHIFRINHOS" conseguiu me arrancar gargalhadas gostosas. E olha que é uma
historinha tão simples, mas tão gostosa!
Mas
o show mesmo, além da HQ de abertura, ficou por conta de uma história
belíssima com o Papa-Capim. "ENCONTRO COM IARA", além de ser
interessante, trouxe um festival de arte em desenhos que é algo bem
deslumbrante. Nem sei como explicar direito, mas é todo um estilo que
também admiro bastante. Mas que falta faz esse diferencial de arte hoje
em dia, hein? Não é uma crítica, apenas uma observação.
"O
GATO E O RATO" também mostra uma situação bem hilária, fechando a
edição com chave de ouro. No final das contas, ter conhecido essa
revista foi um presente. Eu amo essa arte de se expressar pelos
quadrinhos infantis e, quando vejo um trabalho tão bem feito, não tem
como ignorar o coração.
Para minha surpresa, lembro que também já tive a Magali 17.
Lembro da capa e, folheando, lembro de cada historinha.. e foi gostoso
reler. Lembro que, na época, não curti tanto assim a história de
abertura - "MEU REINO POR UM SORVETE" - mas, como sou doido por sorvete e
gostava muito da Magali, achei legal ter essa trama ali. Só não achei
que foi a melhor da revista que seguiu com uma porção de HQs menores e
bem mais simples, mas que me proporcionaram maior diversão. Hoje em
dia, passei a gostar mais dessa do sorvete. As outras passaram a ser
simples demais para mim, mas ainda as reli com alegria e carinho.
Fico
me perguntando porque eu ainda não tenho nenhum exemplar da Magali
dessa era Panini. Não sei dizer. O fato foi que o título, ao longo dos
anos, ainda na Editora Globo, foi ficando tão sem graça que eu
decididamente resolvi abortar a personagem. Aliás, essa época da Editora
Globo não me agradou muito. O começo foi legal, mas, depois de
determinado tempo, tudo foi ficando meio sem sal. Lia algumas revistas
da Mônica, do Cebolinha, tive algumas da Magali, mas eu nem cheguei a
guardá-las porque não me impressionavam. Não rolava aquela vontade de
tê-las sempre por perto. Depois, também, fiquei um tempo sem comprar
qualquer gibi, foram alguns longos anos...
Será
que vale a pena comprar um gibi da Magali? Será que vou gostar? Tenho
medo. Gostava tanto dela! Mas depois passei a ter uma certa aversão,
achava-a muito chata e sem graça.
Mônica e Cebolinha 17
já vinham de uma outra época: anos 70 - tudo era mais inocente ainda e
os desenhos eram bem diferenciados, bem mais retos, porém, impefeitos...
mas igualmente belos. Novamente sou levado à infância, onde me lembro
de certa vez em que fiquei na chuva, no meio da rua, até machucar meu
dedão do pé em uma boca de lobo. Mais tarde, já em casa e de banho
tomado, tomei uma surra do meu pai quando minha mãe lhe contou o que
fiz. Lembro que já era hora da janta e eu estava todo dolorido das
cintadas que levei. Minha mãe preparou minha refeição, na época eu comia
a rapa do arroz na panela, com feijão (bastante caldo), tomates,
babatinha frita e muita maionese e catchup. Misturava tudo na panela e
mandava ver! Ok, ok... eu era quase pré-adolescente, naquela época eu
podia fazer essas bizarrices, tá bom? rsrsrs... Então, nesse instante,
lembro que meu pai ficou com a consciência pesada e simplesmente me deu
um almanaque do Cascão com cerca de 100 páginas ou mais. As histórias
eram todas datadas dessa década de 70 e muito me fascinou aquilo tudo: a
mudança brusca de traços e de linguagem do próprio conteúdo da história
em si. Lembro que vi a Tina e o Rolo... Meu Deus! Levei um susto, mas
foi superengraçados vê-los daquele jeitão tão "rústico". Adorei, adorei,
adorei tudo! Adorei as tramas, as caras pontiagudas da turminha, tudo
era muito diferente e um show a parte. Ao longo do tempo, tive a sorte
de obter mais alguns almanaques. Gostava só para rever os personagens
dessa época. Eu achava tudo muito doido, vê-los tão diferentes e tudo
tão mudado.... mas, eram eles! Não restava a menor dúvida! Hoje eu vejo
como o tosco é legal em termo de quadrinhos. Os desenhos atuais,
perfeitos, são até bonitos, mas não trazem a magia de antes. rsrsrsrs...
Imagens de "A porta"
Mônica e Cebolinha 17 proporcionaram-me esse resgate. Curiosamente, "CASCÃO NO BURACO" foi uma novidade pra mim. Ela abriu essa edição do Cebola e eu não a conhecia. Mas eu fiz uma história bem parecida - até mandei para os estúdios da MSP, há cerca de um ano. Só que era com a Mônica no buraco. Como explicar isso? As pessoas podem até pensar que é um plágio, uma inspiração, mas eu só fui conhecer essa HQ do Cascão quando abri essa revista do Cebolinha. Mistério!
A
HQ do Chico Bento - "OLHA O TATU" - também foi bem interessante, pois
eu não sabia nada do universo do personagem nessa época dos anos 70.
Jotalhão com Rita Najura e também Tina com Rolo são um encantamento todo
especial. Também gostei muito da situação do Bidu em "O DONO DA CASA",
sem falar que Cebolinha e Cascão em "A PORTA", pra mim, é um dos grandes
destaques dessa edição.
A
Monica foi uma edição muito curiosa, pois é estranho ver uma revista
com grampos com seu nome na capa. Mais estranho ainda foi ver em uma HQ
de abertura com uma outra personagem, que nunca vi antes, quase se
apoderar da rua onde vive a dentuça e seus amigos ("MEU REINADO ESTÁ
CHEGANDO AO FIM?"). Que material é esse que nunca vi nem tinha ouvido
falar? Para mim, tratava-se de algo completamente novo.
E
as esquisitices não pararam por aí, não. Tina apareceu com um irmão
estranho (eu me lembro de ter lido essa HQ, antigamente, em algum
almanaque) e Mônica novamente se vê às volta com um menino desconhecido,
perdido e pidão ("MÔNICA E O MENINO PERDIDO, MESMO").
Acabaram
as esquisitices? Não! O diabo aparece em uma trama com Bidu, Franjinha e
Titi. O que? O diabo? É. E o Titi é dessa época também? Uai!!! Essa
história é super intrigante! Uma das melhores dessa edição! Pena que já
dei o "spoiler"...rsrsrs...
E
mais personagens compõem um "mix" bem diverso: Astronauta, Piteco,
Horácio, a turma da mata... essa revista conseguiu ser tão esquisita
quanto a vida de Michael Jackson. Mas, quando digo isso, não estou
criticando. Eu vi esse fato como algo positivo, inesperado, impactante,
inovador no universo da turma da Mônica que conheço. Houve toda uma
atmosfera diferenciada - de vez em quando, isso é legal.
Na próxima postagem, falarei sobre as edições de número 18. Não percam!
Abraços a todos.
Fabiano Caldeira.
Gostei muito dessa postagem desde a primeira vez que a vi.
ResponderExcluirObrigado. Aqui tem um público bem diferenciado.
ResponderExcluirPor isso eu gosto de compartilhar o conteúdo.
Tenha uma boa semana!
Fabiano Caldeira.