"Nada do que foi será igual ou do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará."
Almanaque é tudo que queremos nas mensais. (Foto: Fabiano Caldeira/ Quadrinhada) |
(Foto: Fabiano Caldeira/ Quadrinhada) |
O
Almanaque da Mônica 38 é tudo aquilo que nós, leitores veteranos,
desejamos que continuasse havendo nas mensais. Mas, falar sobre isso é
repetitivo, além de atrair energias ruins... o tempo muda, e tudo muda
com o tempo. A turma da Mônica sempre obteve mudanças. Das tiras
completamente sem graça para primeira revista em quadrinhos da dentuça,
já houve uma mudança tremenda, tanto nos traços quanto na maneira de
desenvolver uma situação. Os anos 70 aparesentaram fatos até mesmo
"nonsenses", pois o que valia era ver a turminha - das tirinhas de
jornal - protagonizando BD/HQs - elas deveriam ser engraçadas e
apresentar situações até então surpreendentes - não importa o que
veríamos ali, se era correto ou não, desde que fosse algo prazeroso. A
filosofia e o humor mais aberto estavam em peso. No final dos anos 70,
já começamos a ver que as tramas versavam a focar-se em aventuas: Mônica
do tamanho de um ratinho no meio de uma festa à fantasia, Mônica como
Frankstein, Cebolinha e a árvore do pecado de Adão e Eva... assim foi
durante toda a década de 80, onde vimos a Mônica às voltas com a
multiplicação de coelhinhos travessos... Cebolinha transformando-se em
um deus, após descobrir uma escada invisível para o céu... Cascão
sobrevivendo a um dilúvio, às duras penas... a turma toda pegando
bandido em um baile à fantasia ou lutando contra uma horda de coelhos
extreterrestres de um planeta distante, com formato de cenoura. Os anos
90 já traziam mudanças, pois as historinhas já focavam-se nas pequenas
situações do dia dia. Ainda havia alguns bailinhos onde a molecada se
encontrava e aprontava, bandidos e mocinhos, além dos planos infalíveis
do Cebolinha e das coelhadas da Mônica, sem dó. Os anos 2000 chegaram e
essa suavizada começou a provocar os leitores. Agora, em 2013, já
sabemos que o caminho foi traçado e o que manda não são anedotas em
tirinhas, nem filosofias e situações loucas em tramas mais longas, nem
aventuras cheias de ação. As crianças de hoje só querem tudo fofo,
bonitinho e legalzinho. Não precisa de muita coisa além disso. Todas as
características dos principais personagens da turma estão lá, embora de
forma bastante atenuada, morna, disfarçada pelos roteiros cada vez mais
diferenciados que, agora, precisam obedecer aos tempos atuais onde não
cabe mais tanta violência desenfreada, nem exposição de crianças,
sozinhas, em supermercados, na frente de bandidos e locais fora do
âmbito do dia a dia de qualquer criança com sete anos.
Mas,
voltando ao Almanaque da Mônica 38, considero sua apresentação como a
forma mais clara de anunciar que os novos tempos chegaram, se é que
algum de nós ainda não entendeu. A evidência está no escrito:
"Essas
e outras histórias, que hoje seria diferentes, estão reunidas neste
almanaque, que traz um gostinho de saudade, todo especial!"
As histórias que mais gostei:
LAMBADA!
(Foto: Fabiano Caldeira/ Quadrinhada)
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Para
impressionar um paquera, Mônica precisa aprender a dançar lambada o
quanto antes. A história traz, entre outras coisas, a memória das
músicas do Grupo Kaoma, Sidney Magal e Beto Barbosa - um marco à época.
História muito divertida para uma menina que tem só 7 anos, não?
O TELEFONEMA
Historinha
muda, bem simples, como via de regra. Mas consegue ser simpática,
resgatando o uso da velha ficha para se fazer um chamada telefônica.
Antigamente, era assim mesmo! A molecada de hoje nunca vai saber a
sensação de correr atrás de uma ficha que caiu no chão - e depender dela
para fazer a ligação - pois, hoje em dia, um telefone é algo muito
barato de se obter, e vale lembrar que estamos praticamente já trazendo,
para o mundo, os nossos bebês com um celular de brinde.
UM INTRUSO NO CÉU
O
diabinho que foge do inferno e consegue passar um tempo no céu, mas
acha tudo muito chato e tedioso. Lembro que tive a revista onde saiu
essa trama pela primeira vez... o que não lembro foi o fim que dei a
ela.
PERIGOS NO INVERNO
O
rapaz da pré-história, cansado de ver Thuga no seu pé, arruma um meio
de fazê-la entender que suas investidas não adiantam. O inverno, então,
transforma-se no palco de reflexão sobre os prós e contras de se engatar
um relacionamento. Excelentes desenhos, excelente evolução, pena que
esses finais nem sempre são excelentes, pois é preciso sempre mostrar
uma gracinha envolvendo o fim do tema. Mas, quem liga pro fim? O fim é
apenas "o fim".
Há
várias outras - o almanaque conta com mais obras simples, porém, muito
bacanas. Há histórias com o Rolo, com o Chico Bento, uma outra em que a
Mônica quer cuidar de todos os animais que aparecem em seu caminho.
Este almanaque, para quem gosta de turma da Mônica, é bem aprovetável, um dos melhores que já vi na atualidade!
Almanaque da Mônica 38 contém 84 páginas e custa R$ 4,90 (paguei R$ 3,50)
Todas as imagens são do meu próprio exemplar. (Foto: Fabiano Caldeira/ Quadrinhada)
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Abraços a todos.
Fabiano Caldeira.
Obrigado por dar seu estilo à postagem.
ResponderExcluirBom saber que está atento e oclocando de acordo com "a cara" daqui. Você viu que essa postagem veio aqui em primeira mão, né?
Tenha um bom final de semana!
Fabiano Caldeira.
Fabiano, meu caro... Eu dei o estilo do Quadrinhada a postagem, rsrs...
ExcluirE valeu por trazer uma matéria sua inédita no Quadrinhada....
Boa semana.
Não sei se você reparou, mas em apenas um dia, ela está em primeiro entre as mais vistas da semana.
ExcluirNão, não reparei. Que bom! Fico contente em colaborar para teu sucesso!
ResponderExcluirAbraços. Tenha uma boa semana!
Fabiano Caldeira.
Socorro!!! O Louco passou por aqui de novo!!!!
ResponderExcluirEu postei um tutorial justamente para que vocês aprendam a mexer e lidar com esses problemas. Ele já está disponível em nossa página.
ExcluirUma ótima semana.
Tal como o Louco, esse novo visual está bem divertido. Um pouco bizarro, mas dá pra aguentar...
ExcluirAh, o Cenourinha mandou lembranças. ;)
kkkk
ExcluirValeu, Danil.