“O mundo é muito grande e não estou sabendo administrar a demanda”, conta Maurício de Sousa. Com mais de 400 personagens, divididos em pelo menos 10 famílias, e 200 artistas trabalhando em seus estúdios, o quadrinista revela ainda estar descobrindo como administrar suas criações em um mercado cada vez mais internacional. Da China, por exemplo, ele diz receber pedidos crescentes de material do Chico Bento, tanto revistas quanto animações.
No entanto, uma das ideias que ele cogita junto com Sidney Gusman daria ainda mais espaço para os artistas independentes nacionais: uma revista mensal, composta por histórias de vários autores. Sem mais informações sobre o projeto, eles continuam abrindo espaço para criadores ainda sem acesso às massas. E também impressionando os seus convidados.
Morando na Itália desde 2011, o artista paraibano Shiko, autor da graphic novel com o Piteco, diz ter percebido interesse sobre a produção brasileira na Europa: “Tenho frequentado algumas feiras por aqui e conversado com alguns editores e existe uma curiosidade sobre o que está sendo feito no Brasil. Mês passado eu vi o Astronauta em destaque em uma loja de quadrinhos em Pisa. Não é fácil conseguir esse espaço, o mercado aqui é muito diversificado e são muitos títulos buscando um pedacinho.”
Um dos dois autores da HQ do Bidu, Eduardo Damasceno expõe o estado de choque em que ficou após receber o convite para produzir o material, um padrão entre os realizadores participantes. “Antes de terminar a ligação com o Sidney eu já estava pensando nos prazos, em como faríamos pra entregar as coisas, se daria tempo. Eu fiquei em silêncio um bom tempo depois do convite, pensando ao mesmo tempo: ‘isso tá acontecendo de verdade’ e ‘eu tô frito’.”
Coautora da continuação do álbum da Turma da Mônica, Lu Cafaggi conta que o choque não foi menor, mesmo participando pela segunda vez. “A gente tinha acabado de sair de uma sessão de autógrafos incrível e estávamos muito cansados e deslumbrados com tudo. Quando veio o convite, eu e meu irmão olhamos um pra cara do outro sem saber como reagir, pensamos que ele estivesse brincando. Acho que só fui me dar conta de que a coisa era séria no dia seguinte.”
Espero que isso não vingue. Com um grande volume de HQs assim, a qualidade cairia muito.
ResponderExcluirAcho q seria uma pessima ideia. Os autores teriam q produzir tudo em um mes, sem poder estudar o personagem, e consequentemente, sem tempo para criar HQs de qualidade. Os proprios irmaos Cafaggi criaram Laços estudando a turma, colocando na historia varios elementos importantes de sua tragetoria, envolvendo varios leitores, o q seria quase impossivel em um mes!
ResponderExcluir